De 11h a 11h30: Visita temática
“Pensamento criador – O público e suas inquietações”
Tendo como referência o livro “O espectador emancipado” do filósofo Jacques Ranciére, esta visita vai construir um diálogo com os visitantes a partir de questões que atravessam a experiência com o espaço expositivo, os artistas e suas obras, propondo uma troca de saberes e perspectivas do ponto espacial e teórico onde se encontram esses corpos atuantes.
Convidamos o público a pensar sobre “ser espectador” e “ser criador” na arte contemporânea.
“Quem vê não sabe ver”: esse pressuposto atravessa nossa história desde a caverna de Platão até a denúncia da sociedade do espetáculo. Ela é comum ao filósofo Jacques Rancière – para quem cada um deve estar em seu lugar –, e aos revolucionários que querem arrancar os dominados das ilusões que os mantêm. Alguns usam explicações sutis ou instalações espetaculares para mostrar aos cegos o que eles não enxergam. Outros querem cortar o mal pela raiz, transformando o espetáculo em ação, e o espectador em pessoa atuante. A emancipação do espectador é a afirmação de sua capacidade de ver o que vê e de saber o que pensar e fazer a respeito.
Examinando algumas formas e debates da arte contemporânea, este livro tenta responder às seguintes perguntas: o que entender por arte política ou política da arte? Em que ponto estamos em relação à tradição da arte crítica e ao desejo de pôr a arte na vida? Como a crítica militante da mercadoria e da imagem se tornou afirmação melancólica da onipotência dessas ou denúncia reacionária do “homem democrático”?
De 14h a 15h: Minioficina (público livre)
“Poema objeto: dentro e fora do texto”
No poema objeto, o texto sai do papel, comunica-se a partir de sua própria estrutura, sendo seu formato imprescindível para expor as ideias. É partindo dessa premissa que os participantes serão convidados a elaborar novas escritas que se reconfiguram em objetos tridimensionais e outras expressões por meio de textos e objetos de uso cotidiano, possibilitando a utilização de recursos do design e das artes visuais.
Serão apresentadas, por meio de imagens, algumas obras de artistas que se debruçaram sobre essa forma de expressão artística: Márcio Sampaio, Edith Derdyk e Paulo Bruscky.
De 15h30 a 16h: Mediação de bolsa
“Ancestralidade”
Os visitantes receberão uma bolsa com o tema ancestralidade, contendo elementos diversos que serão dispositivos e ferramentas para serem utilizados durante o percurso de visitação. Ao final do percurso, o educador vai propor um diálogo com os visitantes sobre as experiências e descobertas em torno do tema proposto.
De 17h a 18h: Minioficina
“Uma carta para alguém”
Uma mesa e muitas histórias. Um convite à partilha de sentimentos e registro do tempo com a confecção de cartas manuscritas ou gravadas.
Muitas sensações atravessam nosso corpo ao caminhar por um espaço expositivo e muitos sentimentos surgem dessa experiência. Diálogos se iniciam dentro de nós, conversas internas podem durar anos; algumas, compartilhamos.
Quais obras que compõem a exposição despertam em você o desejo de escrever uma carta para alguém? Com base nessa pergunta, os participantes serão motivados a escrever uma carta endereçada para uma pessoa escolhida, contando dos seus sentimentos, memórias, saudades, presença, cores, texturas e o que mais lhe tocou durante a visita.
19h: Roda de conversa com Marcel Diogo
“Entre o alívio e o constrangimento, o que não é visto nas imediações”
Um rio é uma coletividade. Abarca águas, terras, vento, ar, seres, o que se vê, o não visto… Um olhar seco enxerga apenas superfície e corpo-d’água. O submerso também flui. Mergulhar exige coragem. A nau da colonização afoga diferenças e, embora tente esconder, no espelho d’água boiam diversos corpos.
Marcel Diogo é graduado em Pintura e Licenciatura pela Escola de Belas Artes, UFMG. Desenvolve pesquisas em diversos meios, dentre os quais, destacam-se sua produção pictórica e projetos curatoriais independentes. Coordena o Atelier do Ressaca na fronteira entre as cidades de Belo Horizonte e Contagem e leciona em uma escola pública. Participou de importantes exposições como “Dos Brasis”, no Sesc Belenzinho, São Paulo, SP; “Direito à forma”, em Inhotim, Brumadinho, MG; “Carolina Maria de Jesus – Um Brasil para os Brasileiros”, no IMS, São Paulo, SP; “I Circuito Latino-Americano de Arte Contemporânea”, na Casa de Cultura Mario Quintana, Porto Alegre, RS. Em curadoria, concebeu a “Exposição de pessoas que constantemente são abordadas pela polícia”, projeto contemplado com o prêmio de curadoria do Festival Camelo de Arte Contemporânea; a exposição BRAsA, Brasil + África, mostra que reuniu artistas de diversas partes do território brasileiro e países africanos. Co-coordenou duas residências artísticas em Minas Gerais pela iniciativa CERCA, nas cidades de Cordisburgo, MG, em parceria com o Museu Casa Guimarães Rosa, e em Congonhas do Campo, MG, com o Atelier Kayab. Participou da residência artística Barda del Desierto na Patagônia, Argentina, e Crudo Arte Contemporáneo, em Rosário, na Argentina; Arkane, residência artística de Casablanca, no Marrocos; e Residência Artística do EXA, no Espaço Quilombola Teto Aberto, em Pinhões, Santa Luzia, MG. Atualmente, é representado pela Mitre Galeria e Diáspora Galeria.